terça-feira, 26 de outubro de 2010

PF prende mais sete por desvio de verba no Amapá


Terça-feira, 26 de outubro de 2010 Pág. A7
Política
Ana Paula Grabois


Mais sete pessoas foram presas ontem no Amapá pela Polícia Federal na segunda fase da Operação "Mãos Limpas". A operação prendeu 18 pessoas no mês passado, entre elas o governador e candidato derrotado à reeleição Pedro Paulo Dias (PP), o ex-governador Waldez Góes (PDT) e a sua mulher, a deputada estadual eleita Marília Góes (PDT). Ontem, foram presos mais parentes do prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), e de seu primo, o ex-governador Waldez Góes, também derrotado na disputa pelo Senado. Waldez e Pedro Paulo ficaram 10 dias presos.

A Operação da PF investiga desvio de verbas públicas por políticos e servidores do governo do Amapá, prefeitura de Macapá, assembleia legislativa e superintendências de órgãos federais no Estado. O desvio é estimando em, no mínimo, R$ 300 milhões e pode chegar a R$ 800 milhões em um esquema de fraude em licitações.

Da família do prefeito foram presos preventivamente seu irmão Humberto Góes (chefe de gabinete do prefeito), além de Hugo Góes e Jardel Góes, primos do prefeito com cargos comissionados na administração municipal. Também foram presos os empresários Carlene Genaque e Alexandre Albuquerque, que participariam do esquema em licitações. Albuquerque foi preso em setembro, solto e preso novamente ontem por ameaçar testemunhas do caso. O servidor Luiz Adriano Ferreira, que trabalhava na comissão de licitação municipal, e a ex-secretária de Ação Social Hécia Maria Souza também foram presos.

O prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), não foi preso. Investigado por suposta participação nas fraudes da prefeitura, foi levado para prestar depoimento depois ter ter sua casa cercada na manhã de ontem. Estão presos desde 10 de setembro em Brasília Aldo Alves Ferreira, ex-corregedor da PF no Amapá e que ocupava a Secretaria de Segurança do Amapa e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Júlio Miranda.

Ontem a PF cumpriu 25 mandados de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão no Estado. Desde o início da operação, a PF tem realizado buscas e apreensões diariamente.

O Amapá terá segundo turno para escolher o futuro governador. A disputa é entre o deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB) e Lucas Barreto (PTB). Camilo é filho do ex-governador João Capiberibe (PSB), cuja eleição neste ano para o Senado ainda será decidida pela Justiça devido ao fato de seu mandato ter sido cassado sob a acusação de compra de votos. Já Lucas foi deputado estadual e assessor do senador José Sarney (PMDB-AP).

Segundo a última pesquisa Ibope, feita entre 15 e 17 de outubro, Capiberibe está em primeiro lugar e recebeu 50% das intenções de voto. Lucas obteve 43%. O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. (Com agências noticiosas)

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