quarta-feira, 19 de março de 2008

O menos achado do mundo

Nem os vários trapezistas de madeira que eu ganhei de presente do meu pai, quando era pirralho, tem cara de pau tão grande quanto George Bush. Ele "comemorou" os cinco anos da Guerra no Iraque e, candidamente, considera positivo o resultado do massacre idêntico ou até pior do que o imposto por Saddam Hussein, que ele mesmo ajudou a armar quando lhe interessou e sobre quem inventou boas metiras para começar a brincar de Rambo, como o Iraque estar de posse de armas nucleares.
Mas esse "aniversário" me despertou uma curiosidade que quero dividir com meus 3 leitores assíduos... Em 2003, os EUA que iniciaram a guerra contra o Iraque por conta das armas nucleares que o Iraque nunca teve e para combater o terrorismo patrocinado pelo Al-Qaeda quando atacou as torres gêmeas, em Nova Iorque, dois anos antes, em 11 de setembro de 2001.
A comissão nacional sobre ataques terroristas (EUA) acusou o Al-Qaeda como responsável pela morte de mais de 3 mil pessoas no atentado às torres gêmeas e elegeu Osama Bin Laden o terrorista-mor e inimigo número 1 dos EUA.
Em 3 anos, Saddam Hussein foi capturado, julgado e estava morto por enforcamento em 30 de dezembro de 2006. Bem ao gosto de Hollywood - julgamento espalhafatoso com auto-defesa e enforcamento "secreto" que por pouco não foi transmitido ao vivo pelas televisões de todo o mundo como era o "bombardeio cirúrgico" de Bagdá: "o míssel acaba de cair na cabeceira da cama da 32ª esposa de Saddam, onde ele deveria estar dormindo nesta noite".
Logo entraremos no 7º aniversário do atendado às torres gêmeas e o inimigo número 1 dos EUA e terrorista-mor não está nem perto de ser capturado. Aliás, a não ser quando ele mesmo resolve mandar notícias, ninguém mais fala nele. Bin Laden está no esquecimento. A mesma força militar que encontrou Saddam enterrado, sujo, humilhado, mas vivo, nem passou perto de achar Bin Laden, o terrista-mor e inimigo número 1 dos EUA!! Observe que no Wikipédia se lê que "Bin Laden é o homem mais procurado do mundo". Provavlemente continuará sendo o "menos achado do mundo" também.

Por que tanta eficiência para destronar, julgar e matar o ditador Saddam (aliás, para os EUA a América Latina está cheia deles e a mídia tupiniquim é pródiga em repetir a cantilena) e tamanha ineficácia para encontrar Bin Laden?
O documentário "Faharenheit 11 de setembro" de Michael Moore tem respostas rápidas para esse "tratamento especial" a Bin Laden. Quem tiver um pouco mais de tempo também pode ler "Stupid Withe Men" do mesmo Moore.
Uma dica: no mesmo dia em que todos os estadunidenses estava proibidos de voar para qualquer lugar que fosse, quando os céus dos EUA ficaram limpos de qualquer vôo civil fretado ou de carreira por conta do ataque às torres gêmeas, 198 membros da família "Laden" - empresários com inúmeros e lucrativos negócios no Oriente, nos EUA e na Europa - eram levados de volta para casa num vôo pago pelo Governo norte-americano, capitaneado por George Bush... O documentário de Moore tem cenas de afagos explícitos entre os Bush e os Laden... Claro que nunca vão achar, condenar e enforcar o Bin!
Saddam, que fora aliado mas já não estava mais tão amiguinho dos EUA, e além de tudo dormia sobre a maior reserva de petróleo do mundo e a 2ª maior reserva de água doce subterrânea do planeta, dançou. Aliás, também não acredito que a guerra dure até hoje por que os iraquianos estão satisfeitos com a presença e com a política dos EUA na sua casa. Ou as mostras de satisfação mudaram muito, ou, penso eu, que os iraquianos ainda não consideram boa idéia os EUA defecarem milhares de mísseis nas suas janelas.

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