quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Decadência do voto eletrônico

A Europa está rejeitando o voto eletrônico, simplesmente por que não vê confiança para armazenagem, auditagem ou recontagem dos votos lá depositados.
Reino Unido já levantara suspeitas depois de simulações numa eleição municipal. Outros países não querem nem ouvir falar. A Holanda baniu a votação eletrônica. Leia aqui notícia publicada no Observatório da Imprensa.
Aqui no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral refuta qualquer questionamento sobre o processo eletrônico de votação. Nega qualquer tipo de teste que possa riscar a credibilidade da votação eletrônica, apesar de admitirem seu constante aperfeiçoamento. Esquece a lógica: se precisa ser aperfeiçoada, é por que é falha. Mas a afirmação do TSE é taxativa: o sistema de votação brasileiro é seguro.
Na Câmara dos Deputados, há uma proposta, da deputada federal Janete Capiberibe, que institui o voto impresso simultâneo ao eletrônico. É o PL 970/2007. Como seria: o eleitor vota e um papelote impresso aparece num visor translúcido da urna eletrônica. Se o eleitor afirmar que o voto que está no papel é igual ao que ele digitou na urna, confirma seu voto. O papel vai, sem contato manual, para uma urna convencional e o digital fica armazenado na eletrônica. Esta duplicidade permitiria auditar e recontar os votos e evitaria fraudes por manipulação de dados eletrônicos ou falhas no sistema. Dará mais confiança ao processo sem abolir a evolução tecnológica trazida pelo voto eletrônico. Pergunta se o TSE quer saber desta contribuição para a segurança e a confiança nas eleições brasileiras?
Acrescento: se nega a testes de penetração, por exemplo, que denunciariam a vulnerabilidade das urnas eletrônicas a programas de adulteração ou modificação de resultados e é ele mesmo que dita as regras do que pode ser fiscalizado, por quem e de que forma. Fica a impressão de que não quer deixar chegar aonde há vulnerabilidade.

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